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<title> Atividade-Amanda Damasceno </title>
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<h1>Conheça as histórias das montanhas de Minas e saiba como elas moldaram a identidade dos mineiros
</h1>
<p>Escarpas e montes precisaram ser domados para erguer casas e igrejas. Nas encostas longínquas, a
escavação de minas de ouro, diamantes e ferro exigiu o plantio e o pastoreio nos vales do sertão. Para viajar
por essas terras, abriram-se trilhas em serras tão elevadas que receberam a denominação de alterosas. Um dos
territórios brasileiros mais<br> acidentados e inóspitos, Minas Gerais nasceu como destino de aventureiros
buscando riquezas minerais. Se por um lado essas cadeias intrincadas de serras e morros impuseram extrema
dificuldade de circulação, por outro, foram responsáveis por preservar a arte, a <br>culinária, a arquitetura e os
modos do povo que floresceu no seio das íngremes formações.</p>
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<h2>Berçário de nascentes</h2>
<p>Logo no batismo a Serra do Caparaó foi marcada como um centro de batalhas, seu nome sendo traduzido do
tupi como “cabana de folhas grandes” por causa das habitações dos índios botocudos bravios que ali resistiram
por séculos. Foi palco também da Guerra do Contestado (Minas Gerais contra o Espírito Santo, entre 1912 e
1916) e da Guerrilha do Caparaó (1966 a 1967). Ali está a mais alta montanha do Sudeste brasileiro e o
terceiro ponto culminante do país, o Pico da Bandeira <br>(2.891 metros). Como um baú, a Serra da Canastra guarda
as nascentes que se fundem no rio da integração nacional, o São Francisco, um leito de prosperidade e cultura
próprias, que de Minas leva alento ao Nordeste.</p><br>
<h3>Já no século 18, Minas Gerais era conhecido como o estado montanhês </h3>
<h3><strong>Alex Bohrer, professor de história da arte e iconografia do IFMG</strong></h3>
<ul>
<li></li>
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</ul>
<p>“Já no século 18, Minas Gerais era conhecido como o estado montanhês” diz o professor de História da
Arte e Iconografia do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), Alex Bohrer. “As montanhas são parte essencial
de Minas. Porque eram onde estavam o ouro e os diamantes. Sem essas jazidas, não existiriam cidades como
Diamantina, Mariana, Ouro Preto, São João Del-Rei ou Serro. As montanhas foram, ainda, responsáveis pelo
isolamento dos mineiros. Isso se traduziu numa cultura muito própria e rica, ainda hoje presente em nossas
tradições”, considera Bohrer.</p>
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<p>As formações montanhosas de Minas Gerais são muito antigas em termos geológicos, com centenas de milhões
de anos. “As montanhas e serras que vemos hoje estavam aprofundadas e foram expostas após milhões de<br> anos de
ação erosiva do meio ambiente”, afirma o geólogo e diretor do Museu de História Natural da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), Antônio Gilberto Costa. “Uma das características de Minas Gerais é o
considerável número de serras. É o estado mais montanhoso do Brasil”, define o professor.</p>
<p>As montanhas, de certa forma, isolaram Minas Gerais, preservando a sua cultura. “Isso é muito nítido, por
exemplo, na linguagem mineira. Temos muitas evidências de que o português de Portugal, no século 18, era muito
mais semelhante ao que se fala em regiões rurais de Minas, hoje, do que aquele que se fala em Portugal
atualmente”, aponta o professor do IFMG, Alex Bohrer.</p><br>
<h4>Reflexos no comportamento</h4>
<p>Características conservadas e que ainda são visíveis nos hábitos do<br>estado. “No interior de Minas é
tradicional a formação de grandes<br> quintais onde se planta couve. A couve é uma hortaliça de consciência
sobrevivente, que os portugueses cultivavam para combater grandes<br>crises e fomes. Você retira as folhas para o
consumo e não mata o pé. E isso proliferou na culinária mineira. O mesmo se agregou aos pratos a base de carne
suína. Porcos também são animais de lida fácil em áreas de sobrevivência difícil, pois eram criados soltos nas
ruas da região das minas. Por isso, ainda se observam portinholas na porta das casas antigas, que eram feitas
para que os porcos não entrassem nas residências”, conta Bohrer.</p>
<p>“A arquitetura do estado, as formas construtivas, as artes: tudo se moldou ao relevo desafiador das
montanhas. Boa parte disso se deve à chegada de imigrantes vindos da região portuguesa do Rio Minho. Eram
acostumados aos rigores de um território montanhês e se sentiram em casa aqui em Minas Gerais”, afirma Bohrer.
(A LOJA ROTA PERDIDA/ROTA EXTREMA-www.rotaperdida.com.br - forneceu parte dos equipamentos usados nas
expedições)</p>
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